Brasileiros visitam renomadas instituições europeias em Missão de Inovação

30/11/2015

Funcionalidade, tecnologia e sustentabilidade. Esses foram os principais conceitos que marcaram a Missão de Benchmarking em Inovação que ocorreu de 6 a 11 de novembro em Portugal e na Itália. A iniciativa do Texbrasil, o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira desenvolvido pela Abit e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), levou 12 empresas à Europa para participar de uma série de visitas técnicas em importantes centros de pesquisa e inovação.

Na primeira etapa, a missão passou por Portugal. No país, os representantes da Audaces, Anfra, Coteminas, Digitale Têxtil, Lepper, Moovexx, PH FIT, Rhodia, Santanense, Sapeka, SENAI-Blumenau e Tekla visitaram centros tecnológicos com foco em nanotecnologia e materiais inteligentes como CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e Vestuário de Portugal) e o CeNTI (Centro de Nanotecnologia e Materiais Inteligentes), localizados na cidade de Vila Nova de Famalicão.

Também em Portugal, o grupo de empresários participou do 1º Workshop Luso-Brasileiro de Inovação Têxtil. Lá, eles conheceram a Plataforma Internacional Fibrenamics, uma ligação entre universidades, empresas e sociedade, que nasceu a partir da necessidade de transferir conhecimento de forma pragmática.

Para Roger Guenther, representante da Santanense, a missão mostrou o quanto as instituições de pesquisa estão avançadas em termos de nanotecnologia aplicada à indústria têxtil. Ele também menciona a importância das missões como forma de acesso a tantas novidades. “Estes eventos não só permitem criar uma rede de contatos com empresas e institutos internacionais, como também aplicar na empresa os ensinamentos que tivemos aqui. Já estamos avaliando a possibilidade de adotar o acabamento retardante a chamas por spray na Santanense”, completa.

Edson Souza, gerente de inovações da PH Fit, corrobora a opinião do colega. “O mais valioso nesta missão é conceder acesso à informação e tecnologia de ponta às empresas de todos os portes, o que permitirá desenvolvimento e inovação em grande parte da cadeia têxtil brasileira”, encerra.

Depois das experiências vivenciadas em Portugal, o grupo seguiu viagem com destino a Milão, na Itália. Lá os empresários conheceram instituições focadas em análise e testes de controle de qualidade, também visitaram fábricas de tecidos com foco em design, empresas que atuam fortemente no setor automobilístico e também empresas produtoras de auxiliares e insumos químicos para o pré-tratamento e recobrimento de produtos têxteis.

Destaque para a visita ao POLI Design, centro de serviço e informação vinculado ao Politecnico di Milano que direciona suas pesquisas exclusivamente às empresas privadas e públicas. Entre o portfólio de projetos da instituição, está o realizado em parceria com o SENAI-Blumenau, com quem desenvolveram, no ano de 2013, uma pesquisa com o couro de tilápia, antes descartado pela indústria de pesca e atualmente empregado em artigos de moda. Para encerrar a missão, o professor Conti, do POLI Design, acompanhou o grupo à cidade de Borgosesia, conhecida pela grande produção de lã no século XIX.

Para Mario Schick, diretor da Digitale Têxtil, missões como essas são fundamentais para a indústria de moda brasileira. “Temos acesso não só ao que está acontecendo em outros mercados como também às pesquisas e experiências de outras empresas. Esse intercâmbio enriquece nossa percepção de como podemos melhorar nossos processos e produtos”, encerra.

 

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