Expansão internacional focada em cidades é a aposta estratégica do momento

03/04/2018

Em tempos de globalização, muitas marcas brasileiras têm se aventurado mundo afora — literalmente. Para quem já tem atuação internacional ou pensa em abrir lojas no exterior, a dica do momento é pensar em cidades estratégicas, mesmo que fiquem em países diversos, em vez de abrir uma série de lojas em uma mesma nação.

Um bom jeito de entender e pegar carona nesses movimentos é observar as apostas que marcas americanas e europeias estão fazendo: para crescer no mercado internacional, elas têm olhado particularmente para China e Japão. Naomi Yamakawa, sócia da consultoria empresarial McKinsey & Co. e especializada em moda, diz que a Ásia está voltando a ser o centro econômico do mundo. “Quando olhamos na ascensão das cidades, vemos que a economia está migrando para o Leste.”

E passar a focar em cidades em vez de países é fundamental. Na China e no Japão gostos e tendências podem ser muito diferentes e localizados dentro de regiões relativamente pequenas, que estão rapidamente se tornando grandes centros de compras e consumidores. Assim, o que os moradores de Xangai gostam pode ser exatamente o que os de Pequim odeiam.

Com essas diferenças tão agudas, as marcas precisam estudar muito bem em quais cidades querem estar presentes. Muitas empresas estão mirando na China e no Japão, mas Naomi destaca que existem centenas de cidades menores e menos desenvolvidas no mundo todo que estão prestes a se tornar grandes mercados para a moda nos próximos anos. Além de Osaka, Pequim e Xangai, ela aponta a Cidade do México e Atlanta como algumas regiões em ascensão que provavelmente atrairão a atenção de empresas. E, para não deixar dúvidas: “o mercado de vestuário em uma cidade europeia é tão importante quanto em Osaka”.