Etiqueta “Made in” perde relevância em mundo de produção global
Durante muito tempo uma etiqueta mostrando o país de onde a roupa havia sido produzida podia servir como atestado de qualidade. Ateliês franceses, produtores de couro italianos, e relojoeiros suíços ficaram conhecidos no mundo todo pela qualidade de seu trabalho. Hoje em dia, a etiqueta “Made in” também é um indicador da regulação e dos padrões de saúde, segurança e salário sob os quais um artigo foi produzido.
Em um mundo com cadeias de fornecimento cada vez mais complexas que podem abranger vários países, uma jaqueta vendida por uma marca europeia pode ser fabricada em um mercado de trabalho barato e relativamente desregulado como a China, mas finalizada e embalada na França ou na Itália e receber o “Made in France” ou o “Made in Italy”. Segundo a regulamentação da União Europeia, o produto não precisa ser integralmente feito naquele país para receber a etiqueta.
Enquanto foi acontecendo essa descentralização da produção — que de certa forma põe em dúvida a real origem da peça — surgiram certificadoras e selos alternativos que se tornaram poderosas referências, como o Fairtrade (de comércio justo) e Certified Organic (de orgânicos). Para as empresas, esses rótulos funcionam como novas ferramentas para comunicar padrões de fabricação aos consumidores, que estão cada vez mais preocupados com a proveniência de seus produtos.
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