Circuito Abit-Texbrasil vai do Nordeste ao Sul do País

16/10/2014

Em outubro, a equipe da Abit se deslocou para Santa Catarina e para o Ceará. Com plateias lotadas, Blumenau e Fortaleza, dois polos têxteis dos mais importantes do Brasil, receberam muita informação para situarem suas empresas e se preparar para 2015. Leia as coberturas abaixo e a repercussão da imprensa local.

Santa Catarina: exportações acima da média nacional

Pode parecer pouco, mas crescer quase 1% nas exportações, em valor, considerando que o País inteiro teve uma queda consolidada de -1,5%, é um feito e tanto para os catarinenses. Segundo os empresários de lá, a resposta está na cultura exportadora de muitas empresas da região que permitiu que elas ficassem também competitivas no mercado interno.

A explicação acima não é especulação não. De fato, segundo Frederico Bernardo, Diretor Técnico do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira da Abit em parceria com a Apex-Brasil), quando uma empresa se prepara para exportar, toda a cultura da empresa muda. O design, sustentabilidade e a inovação são levados à máxima seriedade. É um salto de qualidade que a empresa dá no mercado, atingindo um novo patamar de negócios. “Não existe essa história de que só empresa grande é que pode exportar. Nós já ajudamos muitas pequenas empresas a dar este salto e, em prazos diferentes, elas conseguiram mudar a cultura e hoje são exportadoras” explica Bernardo durante o Circuito Abit-Texbrasil Internacionalização e Competitividade que foi realizado em Blumenau dia 02/10.

O presidente da Abit Rafael Cervone também fez uma exposição durante o Circuito em Blumenau, dando um raio x de como está o setor têxtil e de confecção no Brasil e no mundo. Cervone abordou a falta de acordo comerciais com grande mercados internacionais, o crescimento do segmento de Tecidos Técnicos e Não Tecidos, o volume crescente das importações asiáticas ( aumento de 25 vezes em 11 anos), a perda de produtividade que já afeta as empresas e a necessidade urgente de um Regime Tributário Competitivo para a Confecção, o RTCC, que foi apresentado ao governo há um ano e vem sendo trabalhado pela Abit em todas as esferas do poder, visando sua aprovação.  “Apesar de tudo, é preciso ter visão de futuro, estamos trabalhando na Agenda para 2030 junto com o governo, e o Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC) tem sido um parceiro que pensa com a gente o futuro” conclui Cervone

projeto que já reúne dezenas de empresas no Estado e aproveitou para convidar que outras mais participem, mostrando a gana de ações previstas para os próximos meses, inclusive com boa parte da verba promovida pelo Texbrasil. “ O tamanho da empresa não é relevante. A grandeza do espírito é que é relevante” conclui Grando, desafiando as empresas do auditório.

Finalizando o Circuito de Blumenau, o Site WGSN apresentou as tendências no varejo têxtil e como está sendo feita a interatividade com os clientes. Novidades como Story Telling, onde os próprios consumidores divulgam os produtos nas redes sociais  é uma forte ação de marketing e que foi muito bem estruturada pelo case da loja de decoração Ikea.

Ceará: quinto maior parque têxtil do País enfrenta desafios

Apesar de ser o quinto maior produtor têxtil e de confecção do País, o Ceará tem sofrido com queda de produção.  A região teve recuo de 22,1% na produção têxtil nos primeiros sete meses deste ano.  Mesmo com o cenário adverso, os empresários do setor do Estado puderam contar com um ciclo de palestras realizado pela Abit e pelo Texbrasil – Programa de Internacionalização da Moda desenvolvido pela Entidade em parceria com a Apex-Brasil – com informações estratégicas para inovação e diferenciação do modelo de negócios. O “Circuito Abit/Texbrasil Competitividade e Internacionalização” aconteceu no dia 08 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), em Fortaleza.

Entre as apresentações, a pesquisadora e professora da Universidade Federal do Ceará, Mônica Cavalcanti Sá de Abreu, mostrou práticas de responsabilidade social adotadas por empresas brasileiras. Em sua apresentação, a especialista mostrou etapas de construção estratégicas que em ações empresariais proativas. Além disso, foram demostrados os atributos determinantes na decisão de compra do consumidor.  “Se uma companhia deseja vender para outros mercados é importante que mude seu modelo e avalie muito bem o perfil do nicho em que vai atuar. Essa é uma etapa essencial para o sucesso da iniciativa”, destacou.

A força da indústria têxtil e de confecção do Ceará e brasileira foi mostrada durante a fala do presidente da Abit, Rafael Cervone, que apresentou números do setor. “Nenhum mercado de consumo cresceu mais do que o brasileiro. Entretanto, não conseguimos faturar com o crescimento das compras, devido ao grande volume de vestuário importado”, alertou.  Oexecutivo informou ainda aos empresários sobre o pleito do RTCC – Regime Tributário Competitivo para a Confecção – entregue ao Governo. A estimativa é de que se o RTCC for implantado, até 2025, a produção de vestuário deve aumentar em 125% com uma carga tributária de 5%.  “O Estado do Ceará faturou US$ 9 bilhões, em 2013, conta com 1.680 empresas e 121 mil trabalhadores diretos. Mas, foi responsável por 2,45% do total de importações brasileiras de produtos têxteis e de confecção, totalizando US$ 131 milhões”, completou.

Já o diretor do Texbrasil, Frederico Bernardo, explicou o funcionamento do Programa. “Todas as empresas podem fazer parte do Texbrasil e vender seus produtos ao exterior”, ressaltou. Hoje, são oferecidas desde consultorias para capacitação, passando por trabalho de customização até curso para criar um projeto completo de internacionalização da marca. “Atuamos de forma a colocar compradores e vendedores em contato. Em novembro, teremos mais uma vantagem para as grifes participantes, pois será inaugurado um portal de inteligência para consulta com informações exclusivas de mercado internacional”, disse.

Encerrando o ciclo de palestras, a especialista do portal WGSN, Daniela Bernauer, apresentou cases de companhias que adotaram formas inovadoras de vendas no varejo.  “Contar uma história por meio da venda de um produto é uma forma de chamar a atenção do cliente. Para isso, podem ser adotadas diversas maneiras, como o cruzamento de dados e criatividade para antecipar o desejo do cliente e conseguir cativá-lo”, destaca. Ela ainda chamou a atenção para a transformação de vendedores em consultores que atuem quase como amigos/conselheiros para ajudar nas escolhas do consumidor. “Devemos usar a tecnologia de forma racional para humanizar as relações e pensar numa loja como um espaço para a troca de experiências e produtos”, conclui.

O Circuito Abit-Texbrasil de Internacionalização e Competitividade é itinerante e neste ano já foi realizado no Rio de Janeiro, Divinópolis, Blumenau e Fortaleza. Os próximos serão em Caxias do Sul no dia 29 de outubro e Maringá em 13 novembro.

Veja cobertura da imprensa (Blumenau / Fortaleza)
Blumenau
CBN – SC –  Entrevista com Rafael Cervone
Economia SC – SC – Presidente da Abit debate setor têxtil em Blumenau

Fortaleza
Diário do Nordeste – CE – 09/10/2014 –  Fatores internos entravam avanço do setor têxtil
TV Diário –  CE – 08/10/2014 – Palestras discutem competitividade da indústria têxtil brasileira

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