Brasil e México debatem ampliação do Acordo de Complementação Econômica 53

02/03/2016

Os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encerraram nesta terça-feira a missão oficial ao México. Em dois dias de atividades, os ministros tiveram reuniões com o secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo Villarreal, com a secretaria de Relações Exteriores do México, Claudia Ruiz, e com empresários mexicanos e brasileiros.

O objetivo dos encontros foi avaliar o andamento das negociações para ampliação do Acordo de Complementação Econômica (ACE) 53, que pretende ampliar o universo de bens desgravados, hoje em torno de 800.

Após os encontros com o Secretario Guajardo, Armando Monteiro avaliou como construtivas as rodadas negociadoras realizadas até o momento, e destacou os desafios para os próximos passos da negociação. “Temos com o México uma relação prioritária, que se expressa na negociação em curso para ampliação do ACE-53. Na reunião que tivemos com o ministro Guajardo, fizemos uma avaliação do andamento das negociações e reafirmamos a disposição de ampliar ao máximo a cobertura do acordo, que não envolverá apenas bens, mas também temas fundamentais para a ampliação das nossas relações comerciais, como compras governamentais, serviços, propriedade intelectual e convergência regulatória”.

A próxima rodada de negociações, que se realiza em abril, no México, vai encaminhar as questões discutidas pelos ministros, com vistas a concluir, no curto prazo, a ampliação do acordo de complementação econômica.

Na terça-feira, Armando Monteiro e Mauro Vieira participaram da III reunião da Comissão Bilateral Brasil-México junto com a secretaria de Relações Exteriores do México, Claudia Ruiz, a embaixadora do México no Brasil, Beatriz Paredes, e o embaixador brasileiro no México, Ênio Cordeiro.

Armando Monteiro iniciou a reunião ressaltando da importância de se estabelecer um intercâmbio comercial com mais dinamismo entre as duas nações, tendo em vista o peso relativo das economias na América Latina. “O Brasil e o México têm trocas que representam US$ 8 bilhões, o que representa apenas 0,8% do volume de comércio com o mundo. Me arrisco a dizer que podemos quintuplicar a corrente de comércio num prazo relativamente curto se alcançarmos melhores condições de acesso recíproco a ambos os mercados”, afirmou.

Armando Monteiro afirmou ainda que, mesmo tendo um estoque de investimento mexicano direto importante do Brasil, há oportunidades importantes na área de infraestrutura. “O Brasil realiza um programa de concessões com setor privado que oferece perspectivas de investimentos de mais de RS 50 bilhões em várias áreas como ferrovias, rodovias, portos e aeroportos. Podemos fazer modelos exitosos de associação de interesses e de capitais mexicanos e brasileiros aproveitando esse momento e esse programa”.

Durante a missão oficial, Brasil e México também concluíram o “Acordo para reconhecimento mútuo da cachaça e da tequila, como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México”. O acordo garantirá a proteção recíproca das bebidas nos mercados mexicano e brasileiro. Na prática, significa dizer que, após a entrada em vigor, toda a bebida vendida no Brasil com o nome de “tequila” será obrigatoriamente mexicana. A lógica também se aplica do outro lado. Toda “cachaça” vendida no mercado mexicano deverá, necessariamente, ter sido fabricada no Brasil.

Na avaliação do ministro Armando Monteiro, “a conclusão do acordo se constitui em um passo importante dentro do processo de aprofundamento das relações comerciais dos dois países”.

Em 2015, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, o Brasil exportou 40 mil litros de cachaça para o México, o que representou vendas de US$ 65,5 mil. O México foi o 22º maior mercado consumidor da cachaça brasileira, cuja exportação total chegou a 7,8 milhões de litros no ano passado.

 

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