Caxias do Sul recebe Circuito Abit/Texbrasil

O 5º Circuito Abit/Texbrasil desse ano foi na cidade gaúcha de Caxias do Sul, que faz parte do Polo de Moda da Serra Gaúcha Têxtil e de Confecção. Instituído em 2007, o APL é composto por 23 municípios, reúne 2.555 empresas, emprega quase 20 mil pessoas e fatura em torno de R$ 27 bilhões/ano. São pequenas e médias empresas de diferentes segmentos: bordados, malharias retilíneas e circulares, aviamentos, tecelagens, confecções, crochês e outros trabalhos manuais. Buscando uma atualização quanto ao cenário brasileiro e mundial da indústria da moda, mais de 100 empresários do APL participaram em 29 de outubro, na sede da Câmara de Comércio e Indústria de Caxias, com apoio de várias entidades do setor, da quinta edição do Circuito Abit/Texbrasil deste ano, que tratou de temas como produtividade, emprego, importações, carga tributária, rotas tecnológicas, oportunidade para se internacionalizar, alterações na atual legislação trabalhista e tendências do varejo de moda.

Rosane Trubian, que trabalha com malharia, disse que ficou atordoada com as várias informações sobre o cenário macroeconômico do setor e as alterações nas leis trabalhistas que podem aumentar as dificuldades para o empregador. “É assustador empregar no Brasil. Acho que para melhorar, só reduzindo a carga tributária, inovando flexibilizando as leis trabalhistas. Afinal, como foi dito, a CLT tem mais de 70 anos”.

Tatian Pelin, empresária da região, comenta a participação no circuto. “Fiquei bem impressionada com o primeiro apresentador (Fernando Pimentel, diretor superintendente da Abit, apresentou os cenários do setor) e estimulada em saber que tem alguém com tanto conhecimento nos representando (…) eu tenho selo ABVTEX e fico um pouco mais tranquila com a questão trabalhista, mas frustrada com o engessamento da lei que me impede, por exemplo, de dar prêmio por produtividade, pois isso pode se voltar contra você e virar um processo trabalhista”.

Heloisa Dieterich, empresária de Porto Alegre do setor de moda, achou a palestra sobre as alterações trabalhistas importante para continuar negociando com o governo estadual do RS “Estamos trabalhando numa proposta de redução no imposto de fronteira e esse estudo pode contribuir”.

Paralelamente ao Circuito, as entidades têxteis de Caxias solicitaram uma clínica de diagnóstico de produtos para a Abit/Texbrasil, visando analisar as coleções de algumas empresas que pensam em começar a exportar. A consultora Geni Rhodio atendeu, durante dois dias, várias empresas, observando desde modelagem, acabamento e matérias-primas usadas, até catálogos, capacidade de produção e possíveis mercados internacionais mais indicados aos produtos, após adaptações.