De Minas Gerais para o mundo: conheça a marca Fabiana Milazzo

19/06/2015

Moda festa, bordados, brilhos e cores. Pode-se dizer que Fabiana Milazzo, estilista mineira que fundou sua marca homônima em 2000, é especialista em reinventar características tão brasileiras em peças de roupas ricamente confeccionadas. Participante do Texbrasil, o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Abit e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) desde 2013, a marca de Uberlândia chegou ao Programa com o objetivo claro de expandir sua presença internacional e, de lá para cá, conseguiu estar em 15 pontos-de-venda internacionais, além dos 90 que possui no Brasil. Abaixo, Letícia Manzan, braço-direito de Fabiana na empresa, relata a trajetória da marca para conquistar o mercado internacional.

Texbrasil: Quando vocês decidiram que começariam a exportar seus produtos?

Letícia: Já tínhamos vendido algumas peças para compradores internacionais em um salão de negócios no Minas Trend, mas só decidimos investir seriamente na exportação após participarmos de um curso que mostrava a importância em diversificar os mercados. Foi lá que conhecemos a Abit e o trabalho do Texbrasil e resolvemos tomar o primeiro passo. Atualmente, vendemos em 15 lojas internacionais, como Luisa Via Roma (Itália), Les Suites e Battaglia (França), Jean et Jeanne (Japão) e SAXA Store (Irlanda). Nosso mercado principal, no entanto, não é na Europa, e sim no Oriente Médio, onde estamos na Green Bird (Abu Dhabi), Ginger & Lace (Dubai e Kuwait) e Per Lei Couture (Qatar).

Onde vocês têm mais vontade de se consolidar?

Nosso mercado-alvo principal é, atualmente, a Ásia. Acreditamos no poder de compra dos chineses e japoneses e queremos aproveitar o interesse que eles possuem no que vem de fora para apresentar nosso produto, principalmente após o curso do Bunka Fashion College.

O que vocês mais gostaram neste curso? O que aprenderam que pretendem aplicar aos negócios?

Ficamos encantadas em entender como as pessoas podem ter uma tradição tão diferente da nossa e ao mesmo tempo ser tão acolhedoras. Os japoneses são muito bons em tudo que fazem, procuram se superar diariamente e desenvolver novas tecnologias para melhorar a vida das pessoas. É neste exemplo que nos inspiramos.

Qual vocês consideram a principal diferença do mercado nacional em comparação ao internacional?

Uma das características mais importantes que uma marca deve ter é o seu poder de adaptabilidade. Sempre temos que modificar nossas peças para agradar ao público do Oriente Médio, tão diferente do brasileiro. Normalmente aumentamos o comprimento de um vestido, costuramos uma manga, fechamos um decote, entre outros.

Quais conselhos vocês dariam para empresas que desejam exportar?

Sempre ouvimos que o processo de exportação é difícil, e realmente é. Mas estamos felizes ao afirmar que conquistamos nosso espaço. Para nós foi muito importante que a marca estivesse madura no mercado nacional para iniciarmos este processo. Ficamos cinco anos vendendo no varejo e no atacado até tomarmos a decisão de vender no exterior. O público europeu e asiático, por exemplo, exije uma roupa impecável, não aceita qualquer tipo de erro na modelagem ou na confecção. Todos esses anos entendendo o mercado brasileiro foram ótimos para chegar no melhor produto.

Fabiana Milazzo