Empresários descobrem como Portland (EUA) virou centro de inovação

Chega ao fim, a primeira etapa da Missão Texbrasil de Inovação, que leva aos Estados Unidos executivos das empresas Santista, Cedro, Têxtil Farbe, Audaces, Moovexx, Dellas Lingerie, Bia Brazil e Rhodia. Nesta fase, representantes dos processos mais avançados de criação, inovação e sustentabilidade da cidade norte-americana de Portland mostraram aos brasileiros que ser inovador é reflexo de manter um mix de pessoas criativas, atrelar a história da empresa ao conceito da marca e promover um ambiente propício à criatividade.

“Sinergia em posições com interesses distintos. Vemos aqui a prefeitura, a comunidade e as empresas trabalhando juntas para alcançarem um objetivo maior e que beneficie a cidade de Portland. Muitas vezes, dentro das empresas com modelos tradicionais, as pessoas trabalham para o seu sucesso, não conseguem uma sinergia dessa dimensão”, comentou Renata Iwamizu, da Moovexx. “A visão pragmática da inovação foi um dos pontos mais surpreendentes. Não estão interessados em procurar desculpas que justifiquem a não realização de um projeto e sim, colocar as ideias em prática com criatividade e planejamento estratégico. Em Portland nenhuma ideia fica no papel”, disse Elizabeth Namour Haidar, da Rhodia.

Na terça-feira, 4, o grupo visitou os escritórios da PDC, Textil Hive, Pendlenton e Wieden + Kennedy. Entre os temas debatidos, destacou-se a questão da retenção de talentos, que também passa pela estrutura da cidade em que a empresa está estabelecida. Segundo os profissionais ouvidos, Portland se destaca por abrigar desafios profissionais aliados a baixo custo de moradia, produtos e serviços proporcionados pela cidade e uma geografia que estimula naturalmente o encontro com a qualidade de vida. As empresas da área têxtil estão de olho nas pessoas e atentos à manutenção dessa atmosfera positiva, cientes de que esse é o caminho para o crescimento sustentável sem deixar de lado a sua contribuição para o sucesso da economia da região.

Charlie Hales, prefeito da cidade, recebeu a delegação no começo da manhã e contou um pouco sobre a experiência do governo em estimular a participação dos cidadãos na construção do planejamento urbano e social da cidade. “O governo deve criar as condições ideais para que a criatividade tenha espaço e promova realizações. O esforço não está em ser o melhor e mais sustentável, mas sim em como fazer as coisas da melhor maneira todos os dias. Portland é um lugar onde as pessoas querem construir futuros e, dessa forma, viver os seus valores focados na sustentabilidade e com uma verdadeira consciência ambiental. A cidade atrai um grupo de pessoas criativas que dividem os mesmos princípios, harmonizando a atmosfera da cidade”. Em seguida, representantes da ZIBA Design, PIE e Nike estiveram com o grupo para uma troca de experiências e benchmarking.

O quarto dia teve  uma agenda repleta de encontros com empreendedores focados em inovação. No começo da manhã, a apresentação da Pensole mostrou como é possível criar uma comunidade voltada ao design autêntico de calçados que beneficie o crescimento da indústria como um todo. “O nosso objetivo maior é formar pessoas altamente criativas, capazes de transformar o futuro do design na indústria. Estamos construindo uma comunidade viva, voltada à inovação e totalmente focada no crescimento como um todo”, disse D’Wayne Edwards, fundador da empresa.

Karmic Marketing e Murmur Creative abordaram as tendências para a comunicação e marketing das empresas. Krista Stovel, da Make it Good, apresentou o seu estúdio à delegação, abordando os seus processos de produção. Para finalizar atividades do dia, os representantes da Icebreaker, empresa pioneira no desenvolvimento de roupas esportivas feitas com lã, reuniram os participantes da missão na loja da marca para falarem sobre como funciona a inovação na empresa.

A lição final ficou a cargo de Scott Welch, diretor de Global Affairs da Columbia, que na última sexta-feira reforçou o posicionamento da companhia: “Trying stuff since 1938”. Tentar de forma diferente e inovadora, sempre, e de novo. “O processo de criação não leva em conta só a tecnologia, mas também a relação que o usuário tem com a peça. Realizamos não só pesquisas com atletas de alta performance, como também com os consumidores para entender todas as relações de usabilidade possíveis as quais o produto é incluído”, disse Scott.

O grupo segue no dia 9 para a cidade de São Francisco, onde conhecerão os processos de inovação locais para a área da tecnologia.

Fonte: Regiane Tosatti