Especialistas comentam oportunidades de exportação no setor têxtil e de confecção

17/07/2020

Em julho a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o Sebrae realizaram um webinar sobre exportação do setor têxtil e de confecção. Entre os participantes estavam o diretor executivo do Texbrasil, Rafael Cervone, o vice-presidente da Abest, Lourenço Bartholomei, além da fundadora da marca Maria Pavan, Mariana Pavan.

Cervone destacou que o principal mercado de exportação brasileiro ainda é o continente americano, principalmente Argentina, Estados Unidos e Paraguai. Com isso, ainda há muitas oportunidades para crescer em outras regiões. Em 2019, o setor exportou USD 918,7 milhões, com destaque para tecidos, vestuário e nãotecidos.

Apesar das possibilidades, Cervone aponta que as empresas brasileiras precisam seguir alguns passos para terem sucesso fora, como manter uma posição nacional sólida no mercado, traçar estratégias adequadas para entrar nos países-alvo e ter habilidade para executar essas estratégias.

Mariana conta que foi seguindo essas etapas e planejando muito que a marca obteve sucesso no exterior. “Levamos a sério e nos dedicamos bastante, pois era objetivo da empresa diversificar os mercados”, comenta.

A Maria Pavan exporta há seis anos e contou com o apoio do Texbrasil para expandir. “A Abit nos ajudou a gerir as oportunidades e estratégia e fazer um plano de ação”, comenta.

Inicialmente, a marca tinha como alvo a Europa. Mas, ao longo dos anos, notaram mais aceitação nos EUA e em países do Oriente Médio, o que fez com que redirecionassem seus esforços para essas regiões. “Tivemos que fazer adequação no produto, pois os clientes internacionais pediam modificações. Hoje, já exportamos uma coleção completa que não precisamos alterar pois entendemos quem é o público-alvo fora”, conta.

Com processo de internacionalização, a maria Pavan viu as vendas crescerem durante a pandemia

Rafael aponta que exportar também é uma forma de se proteger em crises, como a que estamos passando agora. Prova disso é o resultado de vendas da Maria Pavan que, ao contrário da previsão geral, não teve pedidos cancelados, mas sim aumento nas vendas internacionais no período.

“A exportação é relevante pois ajuda a manter a saúde financeira das empresas”, comenta Rafael. “Para todo pequeno empresário do setor da moda o Programa contribui muito”, completa Mariana.

Novas oportunidades

Apesar do cenário atual ser difícil, os especialistas acreditam que há oportunidades a serem exploradas. De acordo com Rafael haverá uma tendência de descentralizar mercados que dominam o setor – como a China – abrindo novas portas para o mercado brasileiro.

Essa nova tendência beneficia produtos diferenciados e com alto valor agregado, que é o caso da produção brasileira. Lourenço concorda com essa possibilidade: “acho que no médio prazo vai gerar demanda para as nossas fábricas”, completa.

Os panelistas comentam também que plataformas digitais serão essenciais nesse processo. A Maria Pavan tem investido no e-commerce B2B tanto para o mercado nacional, quanto internacional. Lourenço pontua que ainda é muito cedo para medir o sucesso das plataformas digitais que tem ganhado espaço no momento, mas a previsão é positiva.

Sobre o Texbrasil

O Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira (Texbrasil) atua junto às empresas do setor têxtil e de confecção no desenvolvimento de estratégias para conquistar o mercado global. Ao longo de quase 20 anos, já auxiliou cerca de 1500 marcas a entrar na trilha da exportação, realizando USD 3,6 bilhões em negócios. O Programa é realizado por meio de uma parceria entre a Abit e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

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