Euromonitor aponta as principais tendências de consumo para 2022

A Euromonitor, empresa internacional de inteligência de mercado, publicou seu levantamento anual que aponta como os consumidores estão transformando seus hábitos, e indica as tendências de consumo para o próximo ano.

Para 2022, o estudo destaca ações relacionadas ao meio-ambiente, o recommerce e novos consumidores digitais para ficar de olho. Confira:

● Plano B

Segundo o estudo, a pandemia afetou a cadeia de abastecimento nos últimos anos, o que fez com que os consumidores buscassem outras formas de encontrar seus produtos. Segundo a Euromonitor, as pessoas sempre têm um plano B, e estão dispostas a pagar mais, esperar, ou até mesmo buscar alternativas mais simples ou produtos usados.

“As empresas precisam investir em fornecimento local e automação para superar períodos de escassez.Dividir os custos com outros atores para comprar ingredientes ou componentes em grande quantidade pode ser uma opção para assegurar o abastecimento contínuo”, sugere o estudo.

● Recommerce

No mercado em geral, mas na moda em particular, economia e sustentabilidade são tendências em destaque. Por isso, o recommerce, que permite comercializar peças usadas e revendê-las em sites especializados, será destaque este ano. “Determinados consumidores desejam peças exclusivas ou únicas que podem ter um preço mais alto. Esses fatores impulsionaram as compras de segunda mão ao mercado convencional”, explica a pesquisa.

Segundo a Euromonitor, plataformas e agregadores oferecerão marcas diferentes e opções de revenda para atender à demanda do consumidor.

● Vida híbrida

A pesquisa da Euromonitor aponta que, com o fim do isolamento social, as pessoas estão ansiosas para retomar a vida social, mas também receosas, já que 76% tomaram precauções de saúde e segurança ao sair de casa em 2021. Com isso, eles vão pensar bem antes de participar de um evento presencial, e as empresas precisam estar atentas a isso, e oferecer uma experiência híbrida.

Para 47% dos entrevistados, as empresas devem explorar novos modelos de negócios como marketplaces nos próximos 12 meses.

● Novos propósitos

De acordo com a Euromonitor, “a pandemia conduziu os consumidores a uma grande

renovação da vida, resultando em drásticas mudanças pessoais e em um recomeço coletivo em relação a valores, estilos de vida e objetivos”. O estudo aponta que o tempo que as pessoas dedicam ao seu bem-estar pessoal aumentou de 12% para 24% em 2021. Já as empresas entrevistadas demonstram que o tema também deve ser prioritário na vida profissional, já que 44% acreditam que suas empresas investirão na saúde e bem-estar dos funcionários no futuro.

Como consequência, as empresas precisarão entender como ajudar o consumidor nessa jornada. “As empresas precisam oferecer políticas e produtos que agreguem valor e apoiem o crescimento pessoal para impulsionar a lealdade”, define o estudo.

● Agentes do clima

Para a Euromonitor, o estilo de vida baseado no baixo teor de carbono é uma realidade. Segundo a pesquisa, 67% dos consumidores tentaram causar um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas em 2021. Por isso, as empresas precisam ter o meio ambiente como uma preocupação urgente, e repensar suas operações para que causem menos impacto climático.

Nesse sentido, além dos processos, o estudo destaca plataformas digitais: “ferramentas de tecnologia, como rotulagem digital de produtos e aplicativos móveis de rastreamento, ajudam os consumidores a rastrear as alegações éticas, a pegada de carbono e os hábitos de reciclagem diretamente de seus telefones. Quanto mais ofertas se alinharem com as expectativas dos consumidores, mais as marcas verão seus produtos e serviços repercutirem”.

● Aceitação e autocuidado

Segundo o Euromonitor, “os consumidores anseiam por conforto e amor à medida que a vida volta ao normal. Como não estão mais em modo de sobrevivência, esses consumidores estão abraçando o futuro”. A pesquisa aponta que esse será um norte importante no consumo, com as pessoas buscando produtos com foco no cuidado do corpo e da mente.

● Idosos digitais

A terceira idade é comumente desconsiderada quando se fala em avanços digitais, porém o isolamento dos últimos anos fez com que muitos idosos aprendessem a lidar com o mundo digital. Mais de 60% dos consumidores com mais de 60 anos visitaram uma rede social ao menos uma vez por semana no último ano. Eles também possuem um poder aquisitivo maior, porém exigem interações mais simplificadas.
Segundo o Euromonitor, para atender esse público é importante pensar em tecnologias fácil de usar, e soluções combinadas entre o digital e o presencial.

● Preocupação financeira

A pesquisa destaca que os consumidores estão mais dedicados a investir e acompanhar o mercado financeiro, usando serviços digitais para investir e rastrear suas operações financeiras.

Para a Euromonitor, aplicativos de gerenciamento de dinheiro com foco no consumidor são uma tendência e os varejistas e marcas devem colaborar com empresas de serviços financeiros para facilitar formas alternativas de pagamento, como criptomoedas ou “compre agora e pague depois”.

● Metaverso

Com o isolamento, as pessoas desenvolveram novas relações com o digital, e as plataformas se tornaram ambientes para socializar mesmo sozinhos em casa. A ascensão do TikTok também é um destaque e, segundo a Euromonitor, em 2021, mais de 30% dos consumidores compraram bens ou serviços depois de ver uma postagem de um influenciador ou um anúncio na rede.

Para eles, realidades 3D imersivas e dispositivos de realidade aumentada devem estar no radar das empresas. O estudo cita ainda a Gucci, que organizou uma experiência de multimídia virtual. Os avatares dos usuários eram exibidos como manequins neutros que mudavam de forma e cor enquanto se moviam por salas temáticas.

● Urbano e rural

Outra tendência trazida pela transformação dos últimos anos é a necessidade de mais espaço e paisagens verdes em casa, especialmente para quem seguirá no trabalho remoto. Porém, quem não quer abrir mão da vida urbana, deseja levar o estilo de vida rural para as cidades.
Para eles, “expandir os pontos de venda e serviços tradicionais e investir em e-commerce ajudará as empresas a atingir um público mais amplo”, já que “os consumidores querem ambientes seguros, limpos e verdes, seja na cidade, seja no subúrbio, seja no campo”.

Para a Euromonitor, as empresas precisam apoiar os consumidores em sua jornada e compreender suas prioridades para instruir as inovações. “Ofertas que ajudem os consumidores a se sentirem realizados, positivos e autoconfiantes vão melhorar a percepção da marca”.