Exportação de vestuário é oportunidade para pequenas empresas brasileiras

27/06/2016

A desvalorização do real perante o dólar está abrindo oportunidades para os produtos nacionais ficarem mais atrativos ao mercado externo. Um exemplo está no setor do vestuário: segundo pesquisa recente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o volume de itens exportados deve crescer 1,5% neste ano. Este é o cenário que o relatório de Vestuário do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) analisa, elencando dicas para pequenos empresários do setor aproveitar o câmbio positivo para vender a outros países.

Em 2015, mesmo com a desvalorização do real, o setor de vestuário perdeu competitividade em função da crise econômica no Brasil. Tanto a produção interna quanto as exportações brasileiras neste segmento apresentaram uma retração de 10%. O principal mercado comprador foi o Paraguai, responsável por 20,9% das compras internacionais, seguido pelos Estados Unidos (15%), Uruguai (11,7%), Bolívia (8,2%) e Chile (5,2%).

Santa Catarina foi o que mais exportou peças de vestuário em 2015, sendo responsável por 33,4% do total de vendas para outros países, à frente de São Paulo (31%) e do Rio de Janeiro (12,3%). O estado também foi o que apresentou a menor queda de produção entre os principais exportadores – o recuo da indústria catarinense foi de 2,46% entre maio de 2015 e abril de 2016, enquanto a média desses estados foi de 17%. As camisetas básicas (t-shirts) foram o item mais vendido da pauta de exportação, representando um total de USD 5,8 milhões em negócios (14% do total). Outros destaques são as camisetas de algodão, camisas e blusas femininas, além de peças de malha e algodão para bebês – oportunidades para pequenos empreendedores do setor que querem ampliar as vendas neste ano.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) desenvolveu uma ferramenta para divulgar as melhores oportunidades comerciais para cada segmento. Para a confecção, destacam-se Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru e Cuba como países em consolidação, onde há as melhores oportunidades para os exportadores brasileiros. Países como Argentina e Angola são definidos como países em recuperação, mercados onde o Brasil vem perdendo espaço ou crescendo sua participação em um ritmo inferior ao de seus concorrentes; ou seja, mercados a serem reconquistados.

A marca mineira Cândida Mariá iniciou sua primeira tentativa de internacionalização mandando amostras de produtos para o México e a Europa em 2011. Por falta de conhecimento do mercado local, o projeto não deu certo, mas dois anos depois a proprietária Cândida Bomfin de Almeida fez contato com uma empresa representante de moda brasileira localizada na Califórnia e a marca passou, no mesmo ano, a exportar 5% de sua produção para os Estados Unidos. A catarinense Elian, da cidade de Jaraguá do Sul, exporta roupas infantis para 11 países, com destaque para a Bolívia e o Paraguai. Mas também começou a dedicar estratégias para o mercado do Oriente Médio, e passou a colocar etiquetas em árabe para vender para países como Arábia Saudita e Palestina. Atualmente, as duas marcas são participantes do Texbrasil, o Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Abit em parceria com a Apex-Brasil.

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