Fiesp debate produção têxtil sustentável

03/03/2016

O momento econômico do Brasil, com estímulo à exportação e desestímulo à importação em função do câmbio, suscita o debate sobre as regulamentações adotadas pelo mercado europeu quanto à área têxtil. A afirmação de Elias Miguel Haddad, coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário da Fiesp (Comtextil), abriu os debates da reunião plenária desta terça-feira, 23.

Há uma preocupação crescente de governos, organizações não governamentais, consumidores em geral e setor industrial quanto à preservação da saúde e do meio ambiente com impactos no setor. O alerta de Regina Guidon de Assis – engenheira têxtil e representante no Brasil da Citeve, um centro de tecnologia também dedicado à certificação -, se deve à tendência mundial, com movimentos como o Fashion Revolution – ONG que incentiva as pessoas a saber quem fabricou suas roupas e se isso foi feito em condições adequadas de trabalho.

Cada país ou bloco econômico tem suas regulamentações e leis, como os Estados Unidos, a Europa e a Coreia, explicou a expositora, que alertou para uma segunda forma de controle de qualidade via organizações internacionais ou nacionais, como a ISO ou a ABNT. Há um terceiro patamar, que agrega rotulagens e certificações, ferramentas usadas para comunicação de determinadas características do produto, caso da Citeve, que lida com duas certificações, o Sustainable Textile Production (Step) e o Oeko-Tex Standard 100, sistema de certificação internacional para matérias-primas, produtos intermediários e produtos finais têxteis.

Na Comunidade Europeia há o Regulamento nº 1907/2006 voltado ao Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de substâncias químicas (Reach–Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals). No Brasil, não há ainda legislação específica quanto à segurança química em têxteis, mas o tema já se encontra em discussão na ABNT para ser colocado depois em consulta pública.

Entre as vantagens da certificação, Regina Guidon de Assis citou a melhoria na organização e no controle dos processos produtivos, sua importância para as empresas exportadoras, a transparência dos processos, a valorização da imagem da empresa, além de ser importante ferramenta de comunicação e de diferenciação.

Assis também explicou a classificação dos produtos:

Classe I – Produtos e brinquedos têxteis para bebês e crianças de colo até 3 anos: roupas em geral, pijamas, roupa de cama, bonecos de pelúcia, etc.

Classe II – Têxteis que têm uma grande parte de sua superfície em contato com a pele: lingerie, roupa de cama, felpudos, camisas, calças, saias, meias, etc.

Classe III – Têxteis que não entram em contato direto com a pele ou apenas uma pequena extensão de sua superfície: jaquetas, casacos, agasalhos, etc.

Classe IV – Artigos de decoração: toalhas de mesa, cortinas, tecidos para móveis, tecidos para colchões etc.

Os países que mais possuem certificação pela Oeko-Tex são a China, na liderança, com mais de 3.000 empresas listadas, seguida por Alemanha, Turquia, Índia, Bangladesh, Itália, Hong Kong, Paquistão, Portugal e Japão. O Brasil conta com cerca de 25. Já os Estados Unidos possuem suas próprias normas.

 

Fonte: Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

 

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