IAF Sessões Especiais: têxteis técnicos abrem portas para diversas possibilidades
A junção do conhecimento acadêmico com a experiência de diferentes ramos da indústria são mais do que bem-vindos na programação da Conferência da IAF, que acontece entre 16 e 18 de novembro, no Rio de Janeiro. Uma destas situações é a do debate “Têxteis Técnicos: Novos Mercados e Infinitas Oportunidades”, que contou com distintos especialistas para tratar das possibilidades deste nicho de mercado.
Ricardo Cecci, coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do SENAI CETIQT, inaugurou a roda de conversa com um panorama sobre o cenário dos têxteis técnicos no Brasil e no mundo. “Sabemos que atualmente 70% do mercado é composto pelo consumo de fibras químicas. Existe uma tendência de mudança de têxteis tradicionais para técnicos”, afirmou. Segundo o pesquisador, a expectativa é de que o negócio deste segmento alcance o valor de U$ 315 bilhões em 2020.
Marcello Bathe, responsável pelo desenvolvimento de Novos Negócios do grupo Solvay/Rhodia, revelou alguns dos planos da empresa e macrotendências para o segmento de fibras sintéticas. “Temos como meta atuar de forma em que o valor de venda de um produto não pode ser maior do que o valor para o planeta. Assim remodelamos nossas criações de acordo com esse propósito”, enfatiza. Entre os direcionamentos, Bathe mencionou como um dos destaques a Conectividade. “Os consumidores querem que as próprias roupas transmitam sensações e informações, as otimizando. Uma pesquisa mostra que 40% das pessoas se sentem nuas sem seus wearables”, disse. “A gente acredita que o futuro é ter um produto com vários atributos na mesma peça”, concluiu.
A importância da escolha de matérias-primas, durabilidade e seu desenho para a indústria automobilística e de aviação foram apresentadas por Fabien Darche, gerente de estilo de cores & materiais América Latina / LatAm Color&Trim Design e gerente de estilo de cores e materiais do grupo PSA Peugeot Citroën. Em sua explanação, ele mostra o que é Trim Design e sua relevância para o bom desempenho das vendas de um produto. “Esta área é responsável por tudo o que o cliente irá tocar, como o shape, texturas, cores e material de guarnição, decoração, pinturas, fios e, finalmente, a harmonização de todos esses ingredientes”, salientou.
Darche também apontou algumas das tendências a serem trabalhadas e oportunidades mercadológicas. “A responsabilidade, seja ela ecológica ou social é importante. As pessoas querem materiais que contam uma história verdadeira por trás deles. Uma parte da indústria automotiva já utiliza itens de reúso, como garrafas pet ou couro de pirarucu, e isso é um sucesso”, revela.
O debate foi mediado por Mariana Doria, especialista em Relações com Mercado do SENAI CETIQT.
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