Inovação e sustentabilidade são essenciais para a indústria de moda brasileira
Sustentabilidade e inovação são algumas das palavras mais notadas pelas empresas nos últimos tempos. Pesquisa divulgada pela Unilever, no início de 2017, aponta que 33% dos consumidores preferem marcas que impactem positivamente a sociedade ou o meio ambiente, sendo que esta é uma tendência maior em países emergentes como o Brasil, onde 85% dos clientes afirmam se sentir melhor quando adquirem produtos fabricados de maneira sustentável. Por outro lado, o País está no 69º lugar no Índice Global de Inovação da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Mesmo sendo a maior economia da América Latina e do Caribe, o Brasil ocupa apenas a 7º posição no ranking regional (dentre 18 países), sendo o Chile a nação mais inovadora da região.
Diante de tal cenário, como alinhar expectativas de mercado, crise, competividade e estes dois importantes conceitos na indústria da moda nacional? A Abit e o Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira, desenvolvido pela Entidade em parceria com a Apex-Brasil – criaram o Núcleo de Sustentabilidade e Inovação para ampliar a unidade entre as empresas de diversos segmentos do setor têxtil e de confecção que contam com cases ligados aos temas propostos. A ideia é fomentar a cultura destas mudanças, gerar conteúdo e dar visibilidade àqueles que possuem tais práticas em seus cotidianos. Para isso, o grupo se reunirá periodicamente na sede da Associação para tratar destes assuntos, entre outros. O primeiro encontro foi realizado em 7 de junho, mas em 25 de agosto, a assembleia contou com mais de 20 companhias de diversos portes.
A equipe Abit conversou com alguns dos participantes sobre o que é inovação e como os processos para que isso ocorra são feitos em suas empresas. “Inovação é tudo aquilo de novo de melhor e de mais completo que se pode fazer para chegar ao consumidor, como uma característica ou uma qualidade adicional que lhe permita viver e desfrutar melhor de sua vida”, afirma Pedro Bastos, diretor do grupo Coteminas e M. Martan.
Já Agustina Comas, proprietária e estilista da marca que leva seu sobrenome, acredita que sustentabilidade e inovação são questões que estão ligadas e fazem parte de seu cotidiano há muito tempo. Uma vez que sua empresa produz peças em upcycling de camisas masculinas. “Isto está enraizado em mim e no nascimento da empresa. É uma missão de vida conseguir fazer uma transformação na forma em que a gente produz as peças, na maneira de enxergar o material e gerir os recursos. É intrínseca à existência da empresa”, destaca.
Clayton da Costa, da Menegotti Malhas, conta sobre as experiências da empresa, que foi a primeira no Brasil a possuir a certificação BCI – Better Cotton Initiative e sobre os beneficiamentos provenientes de reaproveitamento de alimentos. “Inovação é uma necessidade como alternativa para conseguir conquistar objetivos. Temos amaciantes feitos com casca de laranja, resíduo do arroz, de semente de uva, maracujá e do caroço do algodão. Além disso, temos um projeto social com dependentes químicos que cultivam a menta que usaremos em amaciantes e o resultado da venda deste produto é revertido em renda para as entidades que cuidam dessas pessoas. Temos que trabalhar de forma ecológica e social”, ressalta
O próximo encontro do Núcleo de Sustentabilidade e Inovação será realizado em 13 de setembro, quando acontecerá o lançamento do Tex Index – ferramenta de autodiagnostico que avalia as práticas de sustentabilidade e inovação dos negócios do setor. Empresas associadas e não-associadas podem participar da reunião e também contribuir para esta plataforma de ideias.
Caso não tenha comparecido anteriormente e queira saber o que foi debatido, leia o relatório completo sobre pautas, temas, prioridades e um calendário de prosseguimento das atividades.
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