Gucci se posiciona contra o uso de armas nos EUA

28/02/2018

A Gucci vai doar USD 500 mil para a marcha pelo controle de armas de fogo nos Estados Unidos, que acontecerá no dia 24 de março em Washington. A “March For Our Lives” é organizada com a participação de sobreviventes do massacre ocorrido na escola secundária Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, quando um jovem de 19 anos matou 17 pessoas, no dia 14 de fevereiro.

Algumas celebridades vêm apoiando a causa, mas chama a atenção que uma grife de Florença, na Itália, se envolva em uma questão como essa, do outro lado do Atlântico.

Em parte, isso se deve porque a grife se viu envolvida no tema dos massacres em junho de 2016, quando um homem armado matou 49 pessoas em uma casa noturna em Orlando, também na Flórida. Um funcionário da Gucci foi morto pelo atirador e outro ficou gravemente ferido.

Por outro lado, a marca sob o comando do diretor criativo Alessandro Michele ganhou enorme relevância entre consumidores millennials e passou a perceber o quanto o ativismo é importante para essa geração. Tanto é que recentemente lançou uma campanha em que faz alusão à França em 1968, quando o movimento estudantil levou a rebeliões populares. A campanha pre-Fall 2018 retrata rebeldes ocupando uma universidade e lutando por mudanças.

E esse é um fenômeno global. Aqui no Brasil, em 2015 estudantes ocuparam escolas públicas para impedir mudanças com as quais não concordavam. Impossível não lembrar também das manifestações de 2013.

E, para a Gucci, é fundamental essa ligação com seu público. Para isso, a grife tem investido em apoiar o ativismo social bem no seu início (e não quando já está consolidado). Em 2013, a empresa criou o “Chime for Change”, uma campanha global para levantar fundos para a causa das mulheres. Será o momento de rever o conceito de “posicionamento de marca”?