Marca de biquíni Rio de Sol exporta 30 mil máscaras de tecido para a França

08/05/2020

A marca de biquínis Rio de Sol está exportando máscaras de tecido produzidas no Brasil. A fabricante começou a fazer o item de proteção, adequdo para uso da população nas ruas, logo que a pandemia começou e, com a colaboração de outras marcas de moda praia, como a Lua Morena, tem alcançado volumes suficientes para mandar 30 mil máscaras para a França.

“É um começo, vamos exportar muito mais”, avisa Guatteri Gian Marco, presidente da marca, que faz parte do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira) – resultado de uma parceria entre a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Além disso, a marca está fazendo modelos de TNT para distribuição nacional, com foco em hospitais. Para atender a demanda, a Rio de Sol construiu um novo galpão, que levou 10 dias para ficar pronto, e tem capacidade para empregar 60 pessoas.

A marca é uma das 100 empresas nacionais de moda praia que são distribuídas na Europa pela Brazilian Bikini Shop, também de Gian. O executivo conta que os efeitos do Coronavírus foram sentidos antes mesmo do isolamento social entrar em vigor na Europa. Isso porque o fornecimento de cabides, que era feito por empresas chinesas, parou com o lockdown no país asiático, atrasando entregas. “Foi o primeiro alerta das consequências da pandemia no caso da nossa empresa”, comenta.

Assim que a países Europeus e o Brasil começaram a entrar em quarentena, o futuro da empresa parecia incerto: “A gente estava realmente na dúvida se demitia todo mundo, dormia mal, não sabia o que fazer”, confessa.

A solução, como muitas empresas do setor têxtil têm feito, foi mudar a produção de moda praia para máscaras. No começo de março a fábrica da Rio de Sol parou a produção de peças para a coleção de verão e rapidamente se adaptou ao novo produto: “Não tivemos muito tempo para pensar”, conta Gian.

Em questão de dias a empresa encontrou fornecedores e começou a fazer o item, que ajuda na prevenção da contaminação do vírus. Inicialmente, a Rio de Sol produziu as peças para vender localmente, mas Gian fez um apelo aos parceiros para que aderissem à iniciativa: “pedimos para várias marcas de moda praia fabricarem máscaras em tecido para a exportação. Nossa meta não é só ajudar nossa fábrica, mas também todos os fornecedores”, comenta.

Novo cenário

Gian sabe que o momento é incerto e não há como prever quando as coisas serão normalizadas. “É difícil prever o que vai acontecer. Temos que ver como as lojas físicas vão passar o verão (na Europa). Em vários países as praias vão reabrir somente em junho”, comenta.

Ainda assim, Gian vê um cenário de possibilidades: “O volume global de biquíni vendidos é menor, mas não tem concorrência das lojas físicas, então continua tendo vendas”, aponta. “Do lado B2C (venda direta ao consumidor), que é online, com certeza a venda é menor, mas vamos tentar conseguir vender máscaras para compensar”, conclui o executivo.

Sobre o Texbrasil

O Programa de Internacionalização da Indústria Têxtil e de Moda Brasileira (Texbrasil) atua junto às empresas do setor têxtil e de confecção no desenvolvimento de estratégias para conquistar o mercado global. Ao longo de quase 20 anos, já auxiliou cerca de 1500 marcas a entrar na trilha da exportação, realizando USD 3,6 bilhões em negócios. O Programa é realizado por meio de uma parceria entre a Abit e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

exportação, máscaras