O diálogo real é mais importante do que marketing para clientes
Nos últimos anos, as empresas têm assistido uma verdadeira revolução na maneira em que os clientes consomem. As exigências por um comércio mais justo, sustentabilidade, customização e responsabilidade social são cada vez maiores. Com vistas em entender como aliar competitividade e transparência, os empresários buscam entender como podem se inserir neste meio.
“Durante muitos anos, as marcas eram construída longe da realidade do consumidor. Hoje temos o marketing de causa. O poder está nas pessoas e as marcas e colocam como parceiras para os temas que as pessoas defendem, pois quem não faz isso é detratado. 54,2 milhões de brasileiros dizem que defendem a sustentabilidade. O único tema maior foi o combate a corrupção”, revela Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Para empoderar os clientes e ajuda-los na expansão da consciência de compra, o Project Just mantém uma plataforma online que possibilita a pesquisa da reputação de diversas empresas da indústria da moda em relação à responsabilidade socioambiental. “Baseada em nossa metodologia de pesquisa, usamos dados de marcas de diferentes segmentos e fizemos uma pesquisa para ter uma mostra do comportamento dos consumidores. Por exemplo:33% querem comprar marcas baseadas no impacto no meio ambiente e social que elas causam. Os consumidores querem ter alinhamento com esses valores e querem consumir mais eticamente”, afirma Jacinta Fitz Gerald, CEO do Project Just.
Ainda pensando na questão de novos negócios e em tempos que estão em mudança, Roberto Martini, CEO da Flagcx, afirma que a sociedade está indo para um caminho sem volta. “O mundo nunca vai ser menos fragmentado e não temos como ser assim, porque toda vez surge uma empresa querendo cortar o nó da rede porque ali há o valor da rede. Todos os negócios que estão em verticalidade e dominância devem ser fragmentado. Cada vez buscaremos mais verdade, pois é possível se tornar consciente, mas é algo que as pessoas estarão mais próximas”, destacou.
Para Rony Meisler, proprietário Reserva, as marcas devem respeitar um verdadeiro diálogo com o público-alvo e procurar sempre um propósito, pois este é o ingrediente de envolvimento entre cliente e grife. “Acreditamos nas pessoas e as coleções são criadas de acordo com causas que apoiamos. Gastamos muito pouco com marketing, pois conversar com os cientes é mais importante e envolve mais. Atuamos com transparência. Assim, entregamos um cupom gerencial, no qual detalhamos o faturamento bruto da peça e o lucro líquido para que as pessoas entendam a cadeia de custo para ter um negócio no Brasil”, salienta Meisler. “Fazemos questão de ter um fornecimento prioritariamente brasileiro, porque o melhor negócio ideologicamente está aqui, temos capacidade de fazer produtos de boa qualidade, gerando renda e negócios em nosso território”, alega.
O debate foi realizado em 17 de outubro, durante a IAF World Fashion Convention, no Rio de Janeiro.
abit, IAF, IAF Brasil